Quinta-feira, 20 de Setembro de 2012
Portugal tem excesso de mortalidade por cancro do testículo
Portugal tem excesso de mortalidade de cancro do testículo, uma doença para a qual a população não está ainda alertada, avisou esta quarta-feira o director do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, avança a agência Lusa.
Na comissão parlamentar de Saúde, Nuno Miranda apresentou o tumor do testículo como uma das “patologias problema” na área oncológica.
Anunciando que vai ser criada uma “task-force” dedicada a esta questão, o responsável enumerou algumas das causas possíveis para o excesso de mortalidade deste tipo de cancro: os doentes chegam tarde ao tratamento e existe falta de cultura médica para o problema.
Em Portugal haverá cerca de 200 casos de cancro do testículo por ano, com uma mortalidade que ronda os 10%.
Enquanto os melhores resultados de alguns países da União Europeia indicam uma sobrevivência de 95%, em Portugal fica-se pelos 85%.
Segundo o médico, o tumor do testículo é potencialmente curável em mais de 95% dos casos e permite ao doente uma vida completamente normal.
“A incidência não é tão rara quanto se pensa. É o tumor mais frequente nos homens entre os 30 e os 40 anos”, declarou.
Em relação ao cancro colo-rectal, o oncologista mostrou-se preocupado com a falta de capacidade instalada para a realização de rastreios, apesar de admitir que é um problema que afecta quase todos os países.
“Não existe em Portugal sequer capacidade para todas as colonoscopias necessárias”, indicou.
Para Nuno Miranda, em termos de ganhos de saúde, o rastreio ao tumor colo-rectal é “o mais interessante”.