Quarta-feira, 27 de Junho de 2012
DETIDO CRIMINOSO QUE DECEPOU ÓRGÃO DO FILHO PARA VENDER
A Polícia mocambicana (PRM) confirmou ontem a detenção do criminoso que decepou a cabeça e os órgãos genitais do seu próprio filho para vender a um traficante por 500 mil meticais, o equivalente a cerca de 18 mil dólares.
O crime foi cometido na Manhiça, local onde vivia o homicida, e depois levou os órgãos consigo para a cidade de Chókwè, na província vizinha de Gaza, onde ia entregar os órgãos decepados ao suposto mandante de crime. Coincidentemente, Chókwè é também o local onde nasceu o criminoso.
Falando a jornalistas durante o habitual briefing semanal com a imprensa, o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Pedro Cossa, disse, não tendo localizado o mandante do crime no local combinado em Chókwè, o homicida deslocou-se para a casa do seu pai, que por sinal vive na mesma cidade.
“O pai já tinha conhecimento do que havia acontecido na Manhiça e notou o embaraço e o estado psíquico perturbado do filho. Questionado sobre o sucedido, o criminoso acabou confessando o crime ao seu pai e este denunciou o caso à Policia”, disse Cossa.
Segundo a Polícia, o criminoso decidiu matar o seu proprio filho quando não conseguiu localizar uma criança com características solicitadas pelo mandante.
Na sua edição de ontem, o jornal “Notícias” escreveu que o pai da vítima, apenas identificado por Chivite, deslocou-se à casa da antiga esposa, onde pediu levar a criança para um passeio, do qual nunca mais regressou.
Perante esta situação, a mãe da criança denunciou o problema à Polícia que, mais tarde, veio a descobrir o corpo da criança na localidade de Taninga, distrito da Manhiça, já sem cabeça nem os órgãos genitais.
A par da violação, o tráfico de órgãos humanos é um dos crimes que têm estado a preocupar as autoridades policiais nos últimos dias. Além do caso da Manhiça, a PRM também registou, na semana passada, o caso de dois indivíduos entrados na província central de Tete na posse de uma orelha humana.
A Polícia acredita que os dois indivíduos, que residiam no posto administrativo de Domue, distrito de Mutarara, estavam para vender aquele órgão humano.
No tocante a violação, a Polícia registou, só na última semana, quatro casos perpetrados por diversos criminosos em diferentes partes do país, sendo, na maioria dos casos, menores como os principais alvos.
Um dos casos registou-se na cidade de Maputo, onde malfeitores ainda a monte encontraram uma adolescente de 17 anos na via pública e a violaram até a morte.
Seis estudantes moçambicanos expulsos do Sudão serão repatriados
Seis dos 45 estudantes moçambicanos no Sudão serão repatriados quarta-feira para Maputo pelo governo de Cartum, após um diferendo com a universidade que frequentavam.
Um estudante moçambicano expulso da Universidade Internacional de África no Sudão disse à Lusa que as autoridades sudanesas atribuíram vistos de saída do país.
"A nossa previsão é de sairmos amanhã (quarta feira)" de regresso à capital moçambicana, mas "os processos não estão sob nossa responsabilidade", disse um dos estudantes.
Em abril, 30 dos 45 moçambicanos que estudam na Universidade Internacional de África no Sudão denunciaram à Lusa as "precárias condições" de vida naquele país africano, responsabilizando "algumas organizações islâmicas" moçambicanas de os terem enviado a Cartum, mas com "objetivos obscuros".
Parte dos estudantes, que saíram de várias províncias de Moçambique para o Sudão, não concordaram com o modelo de contrato firmado com a direção da Universidade, a qual acusam de não estar a honrar o compromisso de atribuição de bolsas de estudo completas.
Durante as negociações que se seguiram às queixas dos estudantes, a Universidade obrigou 24 estudantes a redigirem uma carta negando tudo o que o grupo denunciou à imprensa sobre as precárias condições de vida, mas seis estudantes recusaram a exigência e receberam ordem de expulsão da instituição.
Em declarações hoje à Lusa, o grupo disse ter recebido garantias das autoridades sudanesas de que vão pagar a passagem aérea de volta para a capital moçambicana, Maputo, mas todos os seis estudantes são oriundos das províncias da Zambézia e Nampula.
"Nós não sabemos como vamos sair de Maputo", por falta de dinheiro, pelo que "estamos numa situação em que as nossas famílias (pobres) só confiam em nós, por alegadamente sermos os que, financeiramente, estão em melhores condições que os restantes membros", afirmou um dos estudantes.
Fonte:: Lusa
Domingo, 24 de Junho de 2012
MISAU já controla qualidade de medicamentos
O MINISTÉRIO da Saúde já conta com um laboratório provisório para assegurar o controlo da qualidade de medicamentos. Trata-se de um empreendimento localizado nas imediações do Hospital Geral de Mavalane, cidade de Maputo, que entrou em funcionamento formalmente na quinta feira.
O arranque das actividades que tiveram início em Abril na fase experimental, vai colmatar a lacuna que se registava na certificação da qualidade dos fármacos de proveniência diversa que entravam no país.
O anterior laboratório de testagem de qualidade de medicamento deixou de funcionar em 1998 e de lá a esta parte recorria-se a um pequeno quite do campo que não tinha maior precisão e capacidade que o actual tem.
Polly Dunford directora interina da USAID, entidade que financiou a reabilitação e apetrechamento das instalações, disse que o acto é um passo muito importante para Moçambique pois, os utentes passarão a consumir algo certificado e não de origem duvidosa.
“Serão testados todos os medicamentos que entram em Moçambique desde os antimaláricos, anti-retrovirais, antibióticos e outros fármacos”, disse.
Isabel Chemane, directora substituta do laboratório, disse estar instalada a capacidade para avaliar a qualidade dos medicamentos que circulam no país, o que não era possível nos moldes anteriores em que se trabalhava em quites e/ou recorria-se a laboratórios de fora como da África do Sul, por exemplo.
Entretanto, vezes sem conta foram reportados na Imprensa nacional casos de medicamentos contrafeitos e/ou fora do controlo de qualidade por parte das autoridades sanitárias. Sobre aquela entidade seria uma pista para denúncia de casos similares, Isabel Chemane remete o público ao Departamento Farmacêutico que tem uma linha verde para esse tipo de casos, no Ministério da Saúde.
“Quando alguém tem um medicamento suspeito ou que lhe esteja a criar problemas de reacções adversas deve reportar no Departamento Farmacêutico. É aquele sector que vai canalizar o medicamento ao nosso laboratório para efeitos de testagem”, explicou.
O laboratório tem neste momento seis técnicos, número que virá subir com o regresso dos antigos quadros alocados a outras áreas, na altura em que as actividades foram interrompidas. Sobre a polémica da circulação de medicamentos fora do prazo, Isabel Chemane disse que o assunto pertence ao passado, pois todos os medicamentos já foram incinerados.
“Ainda que não seja a pessoa indicada para falar do assunto, posso adiantar que o mesmo deixou de ser problema, pois os medicamentos foram incinerados na totalidade”, finalizou.
Chissano acusa nacionalistas de terem tentado "puxar o tapete" a Mondlane
Os líderes da Udenamo e MANU, movimentos decisivos para a criação da Frelimo, tentaram"puxar o tapete" a Eduardo Mondlane, para abortar a sua eleição à presidência da frente anticolonial, defendeu Joaquim Chissano, ex-Presidente moçambicano.
Apesar de não ter estado presente na fundação da Frelimo- Frente de Libertação de Moçambique - a 25 de junho de 1962, por se encontrar a estudar e em trabalho de mobilização para a causa nacionalista em Paris, Joaquim Chissano teve contacto com Eduardo Mondlane e outros históricos da organização em que a questão da unidade dos movimentos nacionalistas esteve no topo das prioridades.
Chissano viria a juntar-se formalmente à Frelimo em 1963, sucedendo na presidência do partido e do país a Samora Machel, entre 1986 e 2005.
Os contactos que sempre manteve com Eduardo Mondlane e com outros históricos do movimento, bem como o acompanhamento que fez dos encontros preparatórios da fundação da frente permitiram-lhe "detetar" alegados jogos de bastidores para tirar protagonismo e impedir a eleição daquele que viria a tornar-se presidente do movimento anti-colonial.
"Sabendo que a reunião convocada para Dar es Salaam era para a unificação dos movimentos de libertação, Mateus Mole e Adelino Guambe tentaram puxar o tapete e assinaram às pressas um documento de fundação da Frelimo em Acra", afirmou Joaquim Chissano, num simpósio alusivo aos 50 anos da fundação do partido, que se assinalam a 25 de junho.
Mateus Mhole foi o fundador da União Nacional Africana de Moçambique (conhecida pela sigla inglesa MANU) e Adelino Gwambe foi fundador da União Democrática de Moçambique (Udenamo), dois dos três movimentos que se viriam a juntar a 25 de junho de 1962 para a fundação da Frelimo.
Alegadamente, os dois já anteviam a perda de protagonismo na nova formação política, devido ao prestígio de Eduardo Mondlane pela carreira que estava a fazer nas Nações Unidas e na docência na Universidade de Syracuse, nos Estados Unidos.
Ao adotar unilateralmente a designação Frelimo e assinar um documento de fundação do movimento, antes do encontro da unificação, Mateus Mhole e Adelino Gwambe, que abandonaram a formação política após perderem a presidência para Eduardo Mondlane, conseguiram dividir os membros da organização e historiadores sobre o rótulo de "arquiteto da unidade nacional" que a linha oficial do partido atribui ao seu primeiro presidente.
Segundo Joaquim Chissano, Adelino Gwambe, sobre quem se diz que teria na altura entre 21 a 22 anos, e por isso era muito novo para presidente da Frelimo,e Mateus Mhole evitaram encontrar-se com Eduardo Mondlane, para debater a questão da unificação.
"O presidente Mondlane chegou a Dar es Salaam, esperou por Gwambe e Mhole, mas quando o senhor Gwambe regressa, procura esquivar-se do encontro com o presidente Mondlane e vai para o exterior. É falsa a ideia que se procura dar a entender que a Frelimo foi fundada em Acra. Ela foi fundada em Dar es Salaam", assinalou o ex-Presidente de Moçambique.
Fonte: Agência Lusa.
ELEIÇÕES/JOVENS SUL-AFRICANOS NÃO QUEREM ZUMA E SEXWALE
Uma sondagem de opinião pública, divulgada há dias na vizinha África do Sul, aponta que a maioria de jovens sul-africanos não está a favor do incumbente,Jacob Zuma, nem do Ministro dos Assentamentos Populacionais, Tokyo Sexwale, para Presidência da República, a partir de 2014.
O estudo, realizado pela companhia sul-africana “Podering Panda”, mostra que 64 por cento dos inquiridos manifestaram-se contra a recondução de Zuma e candidatura de Sexwale, para a Presidência da República.
Cerca de 57 por cento, num universo de 4.673 jovens entrevistados, com idades de 18 anos, disseram que conheciam Sexwale apenas como um político e homem de negócios.
Outros 18 por cento afirmaram que o candidato a “Union Buildings” era um futebolista, 12 por cento disseram que Sexwale estava ligado a comédia e seis por cento que era um jurista.
O inquérito refere que apesar de Zuma estar a fazer tudo ao seu dispôr para a busca da popularidade a nível dos jovens, a mesma deixa muito a desejar, o que pode vir a traduzir-se na redução de apoio ao “Congresso Nacional Africano” (ANC), nas próximas eleições.
O ANC vai realizar o próximo congresso em Dezembro deste ano, esperando que Zuma seja re-eleito para a liderança do partido. Zuma e Sexwale são candidatos ao cargo.
A sondagem revelou que muitos sul-africanos não conhecem Sexwale, o que poderá influenciar a não sua eleição a liderança do partido e consequentemente do país, nas eleições gerais de 2014.
MALEMA ACUSA ZUMA DE CORRUPTO E TRIBALISTA
O destituido líder da ala juvenil do Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder na Áfricado Sul, Julius Malema, atacou o Presidente sul-africano, Jacob Zuma, acusando-o de ser corrupto e tribalista, por, alegadamente se preocupar mais com o desenvolvimento da sua aldeia, em NKandla, na província do KwaZulu-Natal.
O ataque de Malema sabado contra o Presidente ocorre uma semana depois de Zuma convencer ao Comité Executivo Nacional (NEC), orgäo maximo de decisão do ANC, para não reconsiderar a medida da sua expulsão.
Discursando num encontro promovido pelo grupo “Amigos de Zuma”, formado pouco depois da sua demissão de vice-Presidente, pelo seu predecessor, Thabo Mbeki, em 2005, Malema atacou os dirigentes do ANC pelo seu alegado “mau” posicionamento com relação a juventude.
Ele acusou Zuma de ser corrupto e apelou aos seus seguidores para desobedecerem a liderança do estadista sul-africano, sublinhando que a sua expulsão foi decidida por um punhado de indivíduos.
Malema disse que Zuma é Presidente de uma facção do ANC, a mesma que decidiu a sua expulsão.
“Nunca marcharam contra a corrupção, crime, mas marcharam contra “The Spear,” numa referência ao protesto, o mês passado, contra a galeria “Goodman”, após esta retratar Zuma com os seus órgãos genitais.
No discurso, o antigo líder da liga juvenil do partido no poder na África do Sul disse que não estava a favor de um segundo mandato de
Zuma na liderança do partido e do país, face aos seus escândalos.
“Não queremos um Presidente que vai ser controlado por famílias fora do ANC. Queremos, sim, um Presidente de uma liderança colectiva. Zuma não é um líder deste género,” disse Malema.
Reiterou que Zuma é um ditador, acrescentando que ele está a instruir estruturas do partido para que a sua expulsão não seja analisada pelo congresso, marcado para Dezembro deste ano.
Malema, acusado de divisionismo e insultar Zuma, foi ainda longe, ao descrever o Presidente de ser egoista e comprometido com os interesses individuais.
Na semana passada, a liga juvenil do ANC denunciou Zuma de estar a construir, em Nkandla, uma propriedade, na ordem de 65 milhões de Randes.
O recinto onde está a ser erguida aquela propriedade inclui uma pista de aterragem de helicópteros, uma clínica militar, uma esquadra da polícia, um parque de viaturas e uma estancia turística.
“Devemos conhecer este homem, o homem que favorece a sua família, que não se preocupa como seu povo, este homem da sua tribo... o homem que se diz ser unificador deste ANC hoje tao dividido,” sublinhou.
Fez uma radiografia da liderança de Zuma, questionando o motivo do Presidente efectuar remodelações periódicas do seu Executivo.
Explicou que pelo facto de serem sistemáticas, as remodelações reflectem algo de errado na escolha dos funcionários, situação que, para Malema, explica o seu caracter.
“As coisas tornaram-se piores. As instituições governamentais passaram a ser campo de lutas pelo poder,” frisou.
Sexta-feira, 22 de Junho de 2012
Jovem decepa cabeça e os genitais do filho
UM jovem está a contas com as autoridades policiais do distrito da Manhiça, em Maputo, por ter morto e decepado a cabeça e os órgãos genitais do filho de 1 ano e nove meses, numa ocorrência registada na terça-feira, na zona de Taninga.
O caso, que chocou os residentes e as autoridades administrativas da Manhiça, foi protagonizado por um jovem apenas identificado por Chivite, residente em Chókwè, província de Gaza, que se deslocou à casa da ex-esposa para visitar o filho.
De acordo com o administrador distrital, Artur Chindandale, que falou deste caso ao “Notícias”, o indiciado saiu com o filho da casa da respectiva mãe, cuja identidade não foi avançada, para um alegado passeio e, desde então, não mais regressou com o menor.
Ao se aperceber da demora do ex-marido e filho, a mulher comunicou aos familiares sobre um possível rapto do menor pelo respectivo progenitor, ao mesmo tempo que denunciava o caso às autoridades policiais.
Encetadas as diligências, a Polícia viria a descobrir o corpo da criança na zona de Taninga, mas já sem a cabeça e os órgãos genitais, suspeitando-se tratar de um caso de tráfico de órgãos humanos.
O administrador da Manhiça disse que a Polícia fez diligências que culminaram com a localização e detenção do suposto autor do crime hediondo, no distrito de Chókwè, em Gaza, tendo sido conduzido às celas do Comando Distrital da Polícia na Manhiça.
O suspeito, segundo a fonte, confessou a autoria material do crime e disse ter tirado a vida do filho para fins obscurantistas e se prontificou a acompanhar as autoridades para o local onde escondeu a cabeça e os órgãos genitais do filho.
“Estamos à procura de uma viatura para amanhã (hoje) ir à busca das outras partes do corpo da criança para servirem de provas materiais contra o suspeito”, disse Chindandale, acrescentando que as autoridades já tinham autorizado a realização do funeral da criança.
Chindandale disse ainda que este caso foi apresentado ao juiz de instrução criminal que decretou a prisão do suspeito, enquanto a Polícia de Investigação Criminal (PIC) conclui o seu trabalho.