Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2013
Mais de 700 mineiros moçambicanos poderão perder emprego na África do Sul
Mais de 700 moçambicanos que trabalham na mineradora sul-africana de Kusasalethu estão em risco de perder emprego devido ao recente anúncio do encerramento definitivo daquela companhia feito pelo Grupo “Harmony Gold”, proprietário da mina.
Adelino Espanha, Delegado do Ministério do Trabalho, na República da África do Sul (RAS), é citado pelo diário Notícias a dizer que a situação segue uma deliberação feita no sentido de manter encerradas as portas daquela firma no final das férias colectivas, quando da quadra festiva.
Trata-se de uma medida tomada como precaução, ante uma ameaça dos operários em paralisar as actividades no subsolo por um período de 48 horas, exigindo melhores condições, sobretudo salariais.
É neste contexto que no dia 3 do mês em curso a companhia fechou as residências dos trabalhadores. Dado ao sucedido, cerca de 100 moçambicanos que trabalham naquela mina viram-se forçados a permanecer em Moçambique depois de terem regressado à terra natal para as festas do Natal e do Ano Novo.
De acordo com Adelino Espanha, apesar da paralisação feita pelos operários, os trabalhadores ligados à manutenção e remoção da produção feita há algum tempo continuam no activo.
Porém, o ambiente ainda é tenso. Um dos pontos que emperra as negociações deriva do facto de os trabalhadores grevista pertencerem a uma agremiação considerada não válida para liderar as negociações da massa laboral. Trata-se da Associação dos Trabalhadores Mineiros e de Construção Civil (AMCU - sigla inglesa).
“As negociações continuam e hoje está prevista uma ronda negocial em que se espera que estejam presentes representantes da AMCU”, disse Espanha.
Como forma de fazer valer as suas reivindicações, os trabalhadores endereçaram às autoridades sul-africanas uma acção laboral de modo a persuadir o Grupo“Harmony Gold” a reabrir as portas da Kusasalethu, só que a petição feita enfermava de vícios, o que obrigou ao adiamento da sessão de julgamento.
O Governo sul-africano está igualmente envolvido nas negociações para que a mina volte a funcionar.
“Perante a situação, nós recomendamos aos nossos compatriotas para se manterem em Moçambiquee atentos às novas possibilidades de emprego, algumas das quais no mesmo grupo”, destacou o delegado. “Harmony Gold” é o terceiro maior produtor sul-africano de ouro e emprega cerca de 1800 trabalhadores moçambicanos. A Kusasalethu, palco das revindicações, conta com perto de seis mil trabalhadores.