Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2013
Quatro crianças perdem a vida em consequência das chuvas na cidade de Maputo
Pelo menos quatro crianças perderam a vida por afogamento ontem em Maputo, em consequência das chuvas intensas que surpreenderam e paralisaram literalmente a cidade de Maputo.
Segundo escreve o jornal Notícias na sua edição de hoje, os incidentes tiveram lugar nas Mahotas e no bairro da Maxaquene, na cidade de Maputo. Neste último bairro o infortúnio foi para duas crianças que ao regressar da escola passaram pelas imediações da vala de drenagem, tendo resvalado e consequentemente arrastadas até ao vale do Infulene.
Apesar da anunciada previsão do estado de tempo, a precipitação de ontem encontrou muita gente desprevenida, pois nada indicava para uma chuva daquela intensidade. Muitos citadinos ficaram encurralados, pois a forçadas águas não abria espaço para a realização de qualquer actividade, muito menos a circulação e, por conseguinte, muitas agendas ficaram comprometidas, facto que coincidiu com o arranque das aulas.
De acordo com fontes dos serviços meteorológicos, a precipitação chegou a alcançar os 40 milímetros em duas horas, o que foi demasiado a medir pelos danos provocados.
Ao longo de diversas avenidas da capital do país, era visível o fenómeno de viaturas paralisadas, o que agravou o fenómeno de congestionamento das vias de acesso. A mistura entre as águas pluviais e as negras, resultantes do deficitário sistema de saneamento, vem augurar maus dias no que tange à provável ocorrência de doenças diarreicas, cólera e a malária, pois estão criadas as condições para a multiplicação do mosquito.
Já no interior dos bairros tradicionalmente críticos em termos de saneamento do meio, a situação era penosa, com os residentes a abandonarem as suas casas e procurarem lugares mais seguros, pois já não tinham como enfrentar a fúria das águas que teimavam em penetrar em qualquer que fosse o espaço.
Nos bairros de Hulene, Urbanização e Mavalane, era visível o esforço de homens, mulheres e crianças que trocaram os seus afazeres de rotina, arregaçando as mangas para uma batalha contra a fúria das águas.
Circular na zona baixa da capital do país, revelou-se impossível por algumas horas, sobretudo nas Avenidas 25 de Setembro e Nações Unidas onde desaguava a corrente das águas idas de diversos pontos mais altos da cidade.
O comércio, na zona baixa foi forçado a encerrar em muitos estabelecimentos, com os comerciantes informais a serem os grandes lesados do dia, pois não havia mínimas condições para colocarem seus produtos nos passeios. Os vendedores de guarda-chuvas é que conheceram bons momentos com a maior procura.
As paragens dos transportes semicolectivos de passageiros, já muito cedo conheceram enchentes fora do comum, com os passageiros a procurarem a todo o custo regressarem às suas casas temendo a chuva que não dava sinal de tréguas.