Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2013
Ministro da saúde cede à pressão
A Associação Médica venceu o braço-de-ferro com o governo, e vai ter um novo Estatuto do Médico e “uma grelha salarial diferenciada na função pública”. Ignorados e “faltosos”, os médicos empurraram a greve até às últimas consequências e obrigaram Alexandre Manguele a negociar e a ceder
O ministro da Saúde, Alexandre Manguele, cedeu às exigências da Associação Médica de Moçambique e pôs fim ontem ao braço-de-ferro de nove dias com aquele grupo de profissionais.
Num memorando de entendimento, assinado por Alexandre Manguele, Jorge Arroz, presidente da Associação Médica, Alice Mabota, presidente da Liga dos Direitos Humanos, o ministério da Saúde garante que não vai tomar nenhuma medida administrativa contra os médicos que aderiram à grave e faltaram aos seus postos de trabalho.
Na quinta-feira passada, o porta-voz e director dos Recursos Humanos no Ministério da Saúde, Martinho Dgedge, chamou os grevistas de faltosos e ameaçou instaurar processos disciplinares à luz do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado.
O Ministério da Saúde decidiu ainda criar e institucionalizar um novo Estatuto Médico e respectiva grelha salarial, “digna e diferenciada no sector público com efeitos a partir de Abril”. Este é o capítulo mais importante das reivindicações da Associação Médica, determinante para desbloquear o impasse.
As partes acordaram em estabelecer um mecanismo de diálogo e um cronograma de trabalho.